Concorrência Não É Crise. É O Novo Normal.
A Nostalgia Acabou. O Novo Jogo Começou.
Caro leitor,
Você se lembra de como era nos anos 1980? Uma indústria de móveis oferecia três modelos de estantes em duas cores. O lojista vendia porque não tinha concorrente na esquina. Era mais simples. Mais confortável.
Mas hoje? São 160 novos CNPJs de comércio de móveis registrados por dia no Brasil. E-commerces que surgiram na pandemia vendem mais que lojas físicas tradicionais de 30 anos. A peneira aumentou, mas o buraco diminuiu.
E aqui está a verdade que precisa ser dita: o mercado não está ruim. Está mais competitivo.
E competição, meu amigo, não se resolve com discurso derrotista. Se resolve com estratégia.
Por Que Aceitar a Concorrência É o Primeiro Passo Para Vencê-la?
Eu sei o que passa pela cabeça de muitos empresários: “Esse cara vende mais barato”, “Aquele tem capital que eu não tenho”.
Quando ficamos presos nesse pensamento, a busca por soluções paralisa. Empresários que vivem dizendo “antigamente era melhor” estão, na prática, desistindo do futuro.
A concorrência veio para ficar, e vai aumentar. A questão não é se vamos competir. A questão é como vamos competir — e se faremos isso de forma inteligente ou emocional.
O Que Muda Quando Você Abraça a Competição:
Força a Inovação Constante: É preciso parar de fazer “do jeito que sempre foi feito”.
Elimina a Zona de Conforto: Processos ruins tolerados há anos são expostos pela competição.
Profissionaliza a Gestão: Não dá mais para tocar “no feeling“. É preciso método.
Valoriza o Diferencial: Em mercados competitivos, quem se destaca é premiado. Mediocridade é punida.
Dados Reais: O Que Está Acontecendo nos Bastidores
Vamos aos números, não à emoção.
A pulverização do mercado é real. O lojista que há 20 anos tinha a praça inteira para si, hoje compete com e-commerce, marketplaces e megalojas.
O turnover médio de clientes nas indústrias moveleiras é de 5% ao mês — uma troca de 60% da base de clientes por ano. E a causa principal? Não é preço. É qualidade do atendimento e relacionamento.
A Contradição da “Crise”
Mesmo com a narrativa de que “o mercado está impossível” desde março de 2025, os principais polos moveleiros (Arapongas e Ubá) continuam com dificuldades para contratar funcionários.
As carteiras de pedido estão em 30-35 dias. Não houve demissão em massa. Não teve férias coletivas.
Pergunta sincera: Se o mercado está tão ruim assim, por que as fábricas precisam de mais gente e não conseguem parar de produzir?
Como Aplicar na Prática: Vencer é Entender que o Jogo Mudou
Você quer saber o que fazer. Aqui estão as ações:
Mapeie quem realmente é seu concorrente hoje: Não é só a loja da esquina. É o e-commerce que entrega em 48h. É a rede que abriu 10 lojas na região.
Descubra para onde seus clientes estão indo: Perder 5% dos clientes todo mês é realidade. Quantos foram e por quê?
Cuide de quem já está com você: Conquistar cliente novo custa até sete vezes mais que manter o atual. O atendimento está à altura de um mercado competitivo?
Seja excepcional em algo específico: Domine um nicho. Design diferenciado, entrega expressa, customização ou custo imbatível. Escolha sua arena e domine nela.
Invista em gente, não só em máquina: A máquina não vai salvar o negócio se a equipe não souber vender, atender e encantar. Tecnologia sem pessoas capacitadas é investimento sem retorno.
O Futuro Pertence a Quem Age
O mercado moveleiro não será mais o que era. Empresários que insistem em gerenciar uma empresa de 2025 com mentalidade de 1990 estão gerenciando o próprio declínio.
A boa notícia: concorrência feroz também significa oportunidades enormes para quem está preparado. Enquanto a maioria reclama, poucos agem.
A escolha está diante de nós: ficar no grupo que culpa a crise? Ou olhar para dentro da empresa e perguntar: “O que podemos fazer melhor hoje?”