Mão de Obra Qualificada Não Vai Cair do Céu.
Você Precisa Plantar Hoje.

Caro leitor,

Você já perdeu a conta de quantas vezes reclamou da falta de mão de obra qualificada, não é? Já sentiu aquela frustração de precisar contratar alguém e não encontrar ninguém minimamente preparado? Já pensou em desistir de um projeto porque simplesmente não tem gente suficiente para tocar?

Eu sei que você está cansado de ouvir “não tem gente no mercado”. E pior: sei que muitos empresários pararam de buscar soluções e simplesmente aceitaram que “é assim mesmo, não tem jeito”.

Mas e se eu te disser que existem empresários que estão resolvendo esse problema? Não com mágica, não com salários absurdos, não roubando funcionários dos concorrentes. Mas com planejamento estratégico de longo prazo.

A verdade é esta: mão de obra qualificada não aparece do nada. Ela precisa ser formada, cultivada, atraída. E enquanto muitos empresários ficam só reclamando, alguns já estão plantando as sementes que vão colher daqui a 5, 10 anos.

A pergunta que você precisa responder é: você está reclamando da falta de mão de obra ou está fazendo algo concreto para mudar essa realidade?

Por que investir em formação é estratégia de sobrevivência?

Muitos empresários tratam a questão de pessoas como “problema de RH”. Algo que alguém da equipe deveria resolver enquanto eles cuidam das “coisas importantes” — como produção, vendas, finanças.

Mas aqui está a verdade que dói: sem pessoas qualificadas, não existe produção eficiente, não existe venda consistente, não existe crescimento sustentável. Pessoas não são “um problema do RH”. São o centro de tudo.

E quando você entende isso, percebe que esperar mão de obra qualificada aparecer é ingenuidade. Você precisa criá-la.

Veja o que muda quando formar pessoas se torna prioridade estratégica:

  • Redução de turnover: Profissionais formados dentro da cultura da empresa têm mais identificação e permanecem mais tempo.

  • Aumento de produtividade: Pessoas bem treinadas produzem mais, erram menos e entregam com mais qualidade.

  • Atração natural de talentos: Empresas conhecidas por investir em pessoas viram referência e atraem os melhores profissionais.

  • Fortalecimento da marca empregadora regional: Polos que investem em formação criam ecossistemas atrativos para novos talentos.

Dados e contexto do setor: Quem planta, colhe

A falta de mão de obra qualificada no setor moveleiro é real e documentada. Mas alguns polos já entenderam que reclamar não resolve — e partiram para ação.

O Polo de Linhares (ES), através do Sindmol, criou o projeto “Crescer na Indústria Moveleira”. A AFEMOL (iniciativa das esposas e mulheres de empresários) já atendeu mais de 18.000 crianças em 18 anos, oferecendo aulas de música, dança, informática e esportes para crianças de 6 a 12 anos.

Em 2025, o projeto evoluiu: agora busca acompanhar essas crianças também na adolescência (12 a 16 anos) e depois na fase técnica (menor aprendiz). O objetivo? Formar uma geração que veja a indústria moveleira como oportunidade de carreira, não como última opção.

Como destacou Vitor Guidini: “A gente plantou uma semente. Meu mandato no Sindmol vai até ano que vem, mas isso é uma semente que, se perpetuar, vai ter resultado lá na frente.”

São Bento do Sul também já colhe frutos do projeto TEM (Tratado de Excelência da Madeira), iniciado em 2019, que forma mão de obra especializada através de cooperação entre empresas do polo. A iniciativa começou há anos e hoje já apresenta resultados concretos em disponibilidade de profissionais qualificados.

A mensagem de líderes como Paulo Baraona, presidente da FINDES (Federação das Indústrias do ES), é clara: “Vocês reclamam de mão de obra, mas já se aproximaram desse pessoal para entender? Tem que estar próximo.”

Como aplicar na prática: O que fazer hoje

Formar mão de obra qualificada não acontece da noite para o dia. Mas você pode começar hoje:

  1. Invista em projetos de longo prazo, não em soluções paliativas: Contratar alguém despreparado e “dar um jeitinho” resolve hoje, mas perpetua o problema amanhã. Invista em formação estruturada, mesmo que os resultados demorem.

  2. Aproxime-se das novas gerações antes que elas escolham outras carreiras: Vá até as escolas. Mostre sua fábrica. Fale sobre oportunidades. Se você não vender a indústria moveleira como opção atrativa, os jovens vão escolher outras áreas.

  3. Una forças com outros empresários do seu polo: Projetos de formação colaborativos (como AFEMOL e TEM) têm muito mais alcance e sustentabilidade que iniciativas isoladas. Junte-se ao sindicato, à associação local, e construa algo maior.

  4. Mostre que a indústria moderna não é “pó e barulho”: Muitos jovens têm uma imagem ultrapassada da indústria. Mostre tecnologia, mostre automação, mostre carreiras possíveis. Venda o sonho, não apenas o emprego.

  5. Crie programas internos de desenvolvimento: Não espere que o profissional chegue pronto. Traga pessoas com potencial e desenvolva internamente. Menor aprendiz, trainee, estágio — são portas de entrada que, bem estruturadas, formam profissionais de excelência.

Você pode reclamar hoje ou colher amanhã. Mas não dá para fazer os dois.

Eu sei que investir em formação de mão de obra parece trabalhoso. Parece caro. Parece algo que só vai dar retorno daqui a muito tempo. E você tem razão — é tudo isso mesmo.

Mas sabe o que é mais caro? Continuar sem pessoas qualificadas. Perder contratos porque não tem gente para produzir. Ver o concorrente crescer porque ele conseguiu formar uma equipe e você não. Pagar cada vez mais caro por profissionais medíocres porque não investiu em formar os bons.

O mercado moveleiro dos próximos anos será dominado por quem tiver as melhores pessoas — não apenas as melhores máquinas. E as melhores pessoas não estão disponíveis no mercado hoje. Elas estão sendo formadas agora, por empresários que entenderam que isso não é “gasto” — é investimento estratégico.

Você pode continuar reclamando. Pode esperar que o governo resolva. Pode esperar que “apareça alguém”. Ou pode fazer como os polos que já entenderam: plantar hoje para colher daqui a 5, 10 anos.

A pergunta não é “por que não tem mão de obra?” A pergunta é: “O que estou fazendo hoje para ter a mão de obra que vou precisar amanhã?”


Nossa visão institucional

Na Universidade Moveleira, acreditamos que formar pessoas é mais importante que formar produtos. Por isso conectamos empresários com iniciativas que estão transformando a realidade da mão de obra no setor — não com discursos, mas com ações concretas.

Sabemos que muitos empresários querem soluções rápidas. Mas também sabemos que os problemas estruturais exigem soluções estruturais. E não existe solução mais estrutural que investir na formação das pessoas que vão mover seu negócio nos próximos 20 anos.

Nosso compromisso é mostrar que isso não é utopia — é realidade em polos que decidiram agir. Porque acreditamos que reclamar une na frustração, mas agir une na transformação.

Sua empresa está investindo na mão de obra do futuro — ou ainda está presa na escassez do presente?