Pare de Vender Desculpas Para Sua Equipe!

Caro leitor,

Você certamente já ouviu alguma dessas frases hoje: “O mercado está impossível.” “O governo está destruindo tudo.” “O consumidor não tem dinheiro.” Talvez tenha saído da boca de alguém próximo. Talvez tenha sido na reunião de equipe. Talvez no corredor, em uma conversa informal. Ou talvez tenha escapado na frente daquele vendedor novo que estava animado com as metas.

E os colaboradores ouviram. Todos ouviram.

Aqui está o problema que muitos líderes ainda não perceberam: quando líderes vendem crise, equipes compram derrota. Cada vez que a frustração — que é real, todos sabemos — se transforma em discurso pessimista na frente do time, mata-se um pouco da motivação, da criatividade e da vontade de buscar soluções.

E pior: cria-se uma cultura de desculpas em vez de uma cultura de resultados.

Vale a reflexão: o mercado está difícil? Está. Sempre esteve. Mas equipes não precisam de líderes que confirmem os medos. Precisam de alguém que mostre o caminho, mesmo quando a estrada está cheia de buracos.

 

Por que o discurso do líder define o resultado da equipe?

 

Você acha que equipes não percebem quando seus líderes estão desanimados? Que não sentem a energia que é transmitida? Eles percebem. E absorvem. E replicam.

Liderança não é cargo. É influência. E quando essa influência está contaminada por negatividade constante, há um sabotamento involuntário do próprio negócio. Equipes desmotivadas produzem menos, inovam menos e, na primeira oportunidade melhor que aparecer, abandonam o barco.

Veja o que muda quando a liderança é exercida com clareza e propósito:

  • Retenção de talentos: A Geração Z vive por propósito. Se o trabalho não faz sentido, se a narrativa é só de crise, eles vão embora.

  • Aumento de produtividade: Equipes motivadas entregam até 40% mais resultados. Quarenta por cento que muitas empresas jogam fora.

  • Cultura de solução: Times inspirados buscam alternativas. Times desmotivados buscam justificativas para o fracasso.

  • Atração de novos talentos: Empresas com líderes positivos têm fila de gente querendo entrar.

 

Dados e contexto do setor: A contradição que você ignora

 

Deixa eu te mostrar algo importante: no mercado moveleiro, a reclamação de que “nunca esteve tão ruim” é uma constante há mais de 40 anos. Quarenta anos! Não é novidade. Não é exclusividade deste momento.

A diferença é que hoje, com smartphones e redes sociais, profissionais são bombardeados com notícias negativas o tempo inteiro. A cada cinco minutos tem uma manchete dizendo que o mundo está acabando. E quando líderes reforçam esse discurso, amplifica-se o problema dentro das próprias empresas.

Quer ver uma contradição que faz repensar tudo? Mesmo em 2025, com a narrativa predominante de “mercado parado” desde março, os polos moveleiros de Arapongas e Ubá estão com dificuldade para contratar profissionais. Tem empresa usando carro de som para recrutar gente.

Se o mercado está tão impossível assim, por que as indústrias precisam de mais funcionários e não conseguem achar ninguém disponível?

A proliferação de notícias negativas e fake news criou um ambiente tóxico. E muitos líderes, sem querer, alimentam esse ambiente dentro das próprias empresas.

 

Como aplicar na prática: O que fazer a partir de segunda-feira

 

Agora vem a parte importante: o que pode ser feito diferente a partir de segunda-feira?

  1. Crie um espaço para extravasar — longe da equipe: Líderes precisam desabafar? Claro que sim. Mas isso deve ser feito com coaches, mentores, sócios ou mesmo durante atividades físicas. Não na frente de quem precisa acreditar na empresa para produzir.

  2. Mude a linguagem das reuniões: Substituir “está difícil” por “vamos encontrar o caminho” faz diferença. Linguagem importa mais do que imaginamos. Em vez de listar problemas, é melhor listar ações possíveis.

  3. Mostre números reais, não percepções emocionais: Se o mercado está crescendo 20%, mas a expectativa era de 50%, isso precisa ser explicado com dados. Contexto evita pânico. Equipes entram em desespero quando não entendem o cenário completo.

  4. Celebre cada pequena vitória: Cliente recuperado? Processo otimizado? Entrega no prazo? É essencial comemorar na frente da equipe. Eles precisam ver progresso, não só ouvir sobre problemas.

  5. Entenda a Geração Z de verdade: Eles não aceitam discurso derrotista. Quando ouvem que “o moveleiro está acabando”, olham para influenciadores que prometem riqueza fácil e vão embora. Muitas empresas perdem talentos exatamente assim.

 

Liderança é sobre construir futuros, não lamentar passados

 

Eu sei que você está cansado. Sei que acordar todo dia e carregar o peso de uma empresa nas costas não é para fracos. Todos temos o direito de estar exaustos, frustrados e até com medo. Empreender no Brasil é para guerreiros. E você é um guerreiro, senão não estaria aqui.

Mas escuta bem: entre qualquer líder e o fracasso, está a equipe. E ela está observando.

Quando líderes desistem antes de tentar, equipes desistem antes deles. Quando líderes acreditam que não há saída, equipes param de procurar. Mas quando líderes mantêm a cabeça erguida, reconhecem os desafios com honestidade e buscam soluções com coragem, equipes seguem até o fim.

Não é necessário fingir que está tudo bem. O essencial é mostrar que, mesmo quando não está, a luta continua. Porque é isso que líderes de verdade fazem.

O mercado não precisa estar perfeito para vencermos. Só precisamos estar melhor preparados que a concorrência. E preparação começa com a mentalidade certa — a do líder e a da equipe.


Nossa visão institucional

Na Universidade Moveleira, formamos mais do que técnicos. Formamos líderes que inspiram, estrategistas que executam e empresários que transformam obstáculos em trampolins.

Acreditamos que a maior tecnologia de uma empresa não é a máquina mais moderna. É a mente das pessoas que a operam. E mentes bem lideradas, com propósito claro e direção definida, são capazes de conquistas extraordinárias.

Então reflita: qual legado está sendo construído na cabeça da sua equipe — medo ou coragem? Desculpas ou resultados?